O mundo mudou de forma abissal com as inovações tecnológicas. É um avanço extraordinário, inimaginável por qualquer futurólogo, cientista ou escritor de mente criativa.
Essa mudança pode ser notada na forma como a queda de uma ponte em Agudo, no Centro do Estado, virou notícia nesta terça-feira. Sites, como imagens feitas por usuários da via, moradores e em seguida por fotógrafos, mostraram a dimensão da tragédia pouco tempo após a água levar parte da ponte embora.
Como isso se daria há 25 anos, em 1985? Posso contar porque, na época, comecei a Faculdade de Jornalismo e lembro como era a realidade.
Após a queda da ponte, alguém invariavelmente ligaria para uma rádio ou jornal, mas demoraria um pouco: essa alguém tinha que ter telefone fixo, algo não muito comum à época, quando o celular se referia apenas a célula, não a engenhoca para falar. Ou encontrar um telefone público, colocar a ficha e telefonar.
Os jornalistas iriam lá. O pessoal do jornal, com fotógrafo e repórter. Eles coletariam o material e voltariam para produzir o material – o fotógrafo, ou ou cara do laboratório, revelava o filme, selecionaria o mais impactante e passaria para o editor; o repórter escrevia o texto numa máquina de escrever manual. O leitor só tomaria contato com o material no dia seguinte.
O rádio mandaria um repórter. Ele coletava os dados, entrevistava pessoas que viram o acidente, autoridades, etc.. Depois, voltava à emissora ou a um centro que tivesse telefone para ligar para a emissora e fazer um boletim. Entrar ao vivo do local do acidente nem pensar.
A TV correria para pegar imagens, gravar sonoras e voltar correndo para editar o material em ilhas de edição manuais. O tempo era crucial, visando permitir o envio do material por canais de satélite – disponíveis apenas em alguns períodos na época, em função do alto custo.
Hoje, em função do avanço tecnológico, tudo isso é bem mais simples, embora a essência do jornalismo permaneça – trazer ao leitor um fato relevante e impactante.
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